A diversidade, em suas mais variadas dimensões, tem se revelado uma pauta cada vez mais relevante no planejamento estratégico de grandes empresas, sobretudo pela demanda de ESG. O fomento à empregabilidade trans é um dos nichos que têm despertado o interesse das companhias, pautado em discussões levantadas por empreendedores trans ou não-binários, que assumiram o papel de porta-vozes do movimento nas redes sociais, sobretudo no LinkedIn, mostrando como as corporações podem se tornar ambientes mais inclusivos e seguros.
Neste Dia da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, PEGN conta as histórias de três empreendedores que deixaram empregos para levar a discussão sobre a diversidade, sobretudo no marcador trans, para dentro de grandes empresas.
Empregabilidade trans
Foi a busca por segurança que fez Noah Scheffel, 37 anos, deixar uma carreira de mais de 15 anos em tecnologia da informação para abrir uma empresa focada em inclusão. “Comecei a empreender por necessidade, quando passei pelo processo de transição social de gênero, em 2019”. Scheffel é fundador da Educa Transforma, que já formou mais de 1,5 mil pessoas trans, impactando cerca de 70 empresas.
Ter se tornado mãe aos 25 anos fez com que Scheffel atrasasse seu próprio reconhecimento como um homem trans. “Eu me entendia como homem desde pequeno, mas achei que esse fato tivesse me carimbado como mulher para sempre. Um preconceito que eu mesmo precisei vencer.”
Com o tempo, ele conseguiu entender que não precisaria ficar preso a uma identidade à qual não se identificava, inclusive quando adotou sua filha mais nova, hoje com oito anos. “Eu posso ser mãe da minha filha mais velha e pai da minha filha mais nova. Isso pode coexistir, porque o que vale é o amor que existe entre nós.”